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sábado, 14 de junho de 2008

Doze horas para voar




Os sábados por aqui são tranquilos, diferente dos outros dias, onde a vida pulsa com muito vigor...

Nos sábados consigo ouvir o que penso, sentir cada movimento meu;
coisa impossível de acontecer nos dias que antecedem este.

Nos outros dias eu não me reconheço.
Até tento me compreender, quando volta e meia me vejo agarrado no braço de uma criança, o impedindo de burlar as normas da escola.

Consigo, as vezes, me ver diante dos espelhos que a sociedade me mostra, mas só quando me fixo bem na moldura é que percebo o quanto deixei de lado o que realmente sou, para obedecer teses incompletas de terceiros.

Mas o que sou, senão um reflexo de uma sociedade doente.


Me deixo seduzir por este sistema que só reconhece como pessoa normal àquelas que o seguem.

Por quantas vezes em minhas nuances, deixei de obedecer e fui crucificado por defender minhas próprias idéias e, ainda em delírios, ter que retornar a agir como todas as outras pessoas, obedecendo esta lei que nos controla, domestica. Volta e meia eu retomo o meu lugar com as mãos cravadas no braço de um adolescente, conduzindo-o à secretaria da escola, buscando desta maneira dar-te uma lição de "moral" por desobedecer ordens.

Que ordens? As mesmas que eu próprio considero doentia?
Se eu não concordo com o poder de alienação que isto traz, por que aceito e ainda contribuo que outras pessoas sejam também controladas?

Essa confusão psicológica é resultado de uma alma que anseia voar e está prisoneira dentro de uma gaiola, esperando a cada nascer do sol que lhe seja aberta uma fenda, uma chance para a liberdade.

Educaram a ditadura. Hoje o chamam de sistema! (...)

O mesmo sistema que mudou o nome de escravidão, para assalariado, onde pessoas que não concluíram o seu grau de estudo, trabalham de sol a sol por uma remuneração mediocre, desumana.

Que dita como deve agir uma sociedade normal.

Que fazem lavagem celebral todos os dias, forçando indivíduos de todas as classes a assistirem vinte e quatro horas diárias de programações, onde a idéia principal é vender os seus produtos.

Para concretizar-mos, a televisão foi tão eficaz em seu objetivo que hoje, pessoas passam fome, mas não deixam faltar em sua sala de estar, almenos um aparelho de sete polegadas em preto e branco.


Lembrando que falo do sistema social no qual estou inserido, onde os mais lindos, ricos, famosos, políticos corruptos, empresas marqueteiras, pastores idealistas, patrões exploradores, a sexualidade imoral, o carnaval e outros milhares de blocos que o compõem, são carregados nas costas de quem optou em apenas obedecer.


Posso ser chamado de covarde, por assistir inabilitado a tudo isto, e as vezes até me sinto, em compartilhar essas atitudes, obedecendo a tal padrão de vida. Mas o faço para permanecer infiltrato e mesmo vivo, enquanto a minha alma ainda não evolua o bastante para agir.





O sábado...

Há, os sábados por aqui continuam tranquilos, pois é nos sábados onde não tem ninguém por perto, que sinto a segurança de libertar, nem que seja almenos por essas doze horas que passo aqui, a minha alma.Onde o sistema que guardo, se torna livre para reinar.









by Addo.

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